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  • Ize Chi Kiohaan

Livro 2 - "A Herdeira do Trono" - Prólogo

Em comemoração ao primeiro livro da série estar em 1º lugar nos mais vendidos dessa semana da Amazon, resolvi presentear minhas leitoras e leitores: dar um gostinho do que haverá na continuação que está sendo escrita :)




Assim, sem mais, disponibilizo o Prólogo da continuação de “A Herdeira do Mar”, intitulado de "A Herdeira do Trono", para que já imaginem o que virá por aí =*


 

A Herdeira do Trono

Livro #2

Prólogo


Ascensão, parte I - Nascimento

118 anos antes


O reino estava em júbilo, depois de tantos anos esperando um Herdeiro. As comemorações aconteciam por todas as aldeias e cidades, mas nenhuma outra comemorava mais do que Atlântida. Ali, os habitantes acampavam em frente ao palácio, aguardando por horas sem descanso pela notícia que garantiria o futuro de todo o povo do mar: que o Herdeiro havia nascido.

Habitantes apostavam seus dracmas de que a Rainha teria uma filha ou um filho, e a Guarda Real não interferia nas apostas, pois sabia que o faziam por diversão. Afinal, depois de tantos anos de governo, foi com felicidade que receberam a notícia de que a Rainha estava grávida, e a população aguardava tão ansiosa quanto os Conselheiros mais próximos.

Mas o que o povo do mar não sabia era que a preocupação rondava o palácio. Enquanto comemoravam, os Curandeiros Reais se concentravam em todas as magias de cura que conheciam, tentando acelerar o trabalho de parto que já se estendia por horas a fio. Nunca, em toda a história do povo do mar, a Família Real demorou tanto para ter um Herdeiro, e a duração do ato preocupava os que acompanharam as dores constantes que a Rainha passou durante a gestação.

– Por que ainda demora? – o Rei Tritão exigiu, cansado de esperar ao lado de sua Rainha – façam alguma coisa!

Ela não está pronta, majestade.

A resposta veio da matriarca do clã ‘Aamir, cuja presença no nascimento do Herdeiro Real era tradição que remetia à criação do próprio povo.

Vossa Alteza não possui dilatação para o parto, e sua saúde está frágil – a matriarca completou.

O Rei, sempre tão paciente, perdeu por completo seu ar calmo, se dirigindo ao curandeiro mais próximo.

Não quero saber dessas desculpas. Se não fizerem algo nos próximos minutos, juro que cometerei o primeiro assassinato em séculos!

Marido...

A voz fraca distraiu o Rei, que imediatamente se voltou para sua esposa, tocando carinhosamente seu rosto. Amava-a, como tinha certeza que todos os reis anteriores a ele amaram suas esposas, e o medo de perdê-la o deixava completamente à deriva.

Você ficará boa, meu amor – ele afirmou, tentando convencer a si mesmo – e logo terá nosso filho ou filha em seus braços.

A Rainha sorriu, mas havia uma tristeza em seus olhos, que fizeram o medo do Rei aumentar.

Eu...

Antes que pudesse completar a frase, seu corpo paralisou, e um grito de cortar os tímpanos saiu de sua boca. Os curandeiros ao redor entraram em frenesi, movendo-se ao mesmo tempo. Dois se posicionaram entre as agora pernas transmutadas da Rainha, e outros dois foram para a cabeceira, checando seu pulso e sua temperatura.

É agora, está saindo! – o Curandeiro-chefe falou, com alívio perceptível em sua voz – faça força, majestade!

Mas a Rainha não o ouviu. Seu corpo naquele instante parou de responder, e o grito do Rei substituiu o seu.

NÃO! NÃO!!!!

Os curandeiros tentaram. O guardião do Rei foi obrigado a arrastá-lo do cômodo, contrariando pela primeira vez uma ordem direta de seu soberano. Todos no quarto Real se moviam ao mesmo tempo, tentando salvar a vida de sua majestade e do futuro Herdeiro.

O Rei Tritão foi parar no corredor, controlado à força por seu guardião e outros dois guardas próximos. Ele poderia soltar-se, se quisesse, mas não tinha mais vontade; toda sua energia se concentrava em um único mantra.

Ela vai ficar bem. Tem que ficar. O poder de Poseidon corre em minhas veias, e eu sei que ela ficará bem.

Mas ele mentia para si mesmo. Podia sentir a luz de vida de sua esposa se esvaindo, e mal notou a comoção que se instalou depois. Não percebia mais nada ao seu redor, pois sua esposa se fora. Nem mesmo percebeu os novos pontos de luz que surgiram em sua mente, até ser chamado à realidade por seu Curandeiro-chefe, algum tempo depois.

Majestade...

Mal teve forças para levantar a cabeça, e demorou a focalizá-lo.

Conheça seu primogênito... – trazia duas trouxas enrolada nos braços – e... seu irmão.

E com um susto, percebeu o que as duas novas luzes significavam: pela primeira vez na história da Família Real, não só uma Rainha morrera no parto, como também produzira gêmeos.


 

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